quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

I can't get no...



Estar insatisfeito. De fato, isso é o que nos liberta e ao mesmo tempo aprisiona.
A insatisfação é o que faz a gente se levantar, sublevar, buscar mudança. Mudar de casa, de cidade, de país, de pessoas, de ciclos, de si mesmo... Essa procura por transformar a realidade em outra causaria, supostamente, o encontro com outras realidades, outros mundos e aos poucos a alma se expande, se liberta de muitas amarras,' portas da percepção' se abrem. Dependendo do que e como se busca, maior se torna a liberdade (mentalmente falando) que se conquista. Disposição é tudo. Para enxergar as coisas não basta ter olhos, tem que querer enxergar. E para abrir portas e expandir a visão individual de mundo, tem que querer enxergar que existem sim outros mundos.
Porém (sempre a adversativa!), o ser humano é insatisfeito, e nos casos mais graves, grandes frustrados! Satisfação plena é ludismo, é utopia, comodismo talvez? Ou seja, somos prisioneiros do que nos liberta. Conseguimos algo aqui, mas falta um tanto de outra coisa. E em determinadas situações sentimos uma sensação boa, de estarmos satisfeitos. E de fato, muitas vezes me sinto, mas tudo se resume àquela situação, àqueles sentimentos, ao lugar, às pessoas...Não caberia a tudo.
E particularmente, quanto mais a cabeça se abre pra novas idéias, mais difícil fica se estabilizar. Como posso encarar tanta coisa que me parece errada dessa realidade sem entrar em conflito? Sem querer reclamar, desobedecer, transformar?
Afinal, quando se aprende muita coisa, parece que muito mais coisa é cobrado como retorno.

Por isso tudo, e apesar disso tudo, eu, ainda que insatisfeita, consigo sentir gostos de alegria intensa, arrisco até felicidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Como você ia dizendo...