terça-feira, 29 de setembro de 2009

Que seja!

Eu realmente não sei o que me fez ficar tão esquisita esses dias. Na verdade, eu tava pensando muito sobre a maneira que eu direcionava (ou não) minhas relações. E aí, me encalcaram tanta coisa na cabeça que comecei a acreditar que tinha alguma coisa errada.
Depois de muita reflexão, de muito me sentir estranha e estranhar o mundo e de forçar algumas tentativas de mudança, eu voltei tudo o que eu estava antes. Estou desejando as mesmas coisas, andando nos meus trilhos, me divertindo como de costume e conduzindo minhas relações baseado nos meus pensamentos (ainda que sejam questionáveis). Percebi que ficar bem depende muito de você pilotar sua própria cabeça. E nada de que estou numa fase, que isso é doidice, que eu tenho medo disso e daquilo.
Mudança acontece simplesmente dentro de mim, não posso ficar controlando meus desejos e o que acredito que é bom para mim agora.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Incrível como a 'Justiça' (com a cumplicidade de toda sociedade) insiste em investir nas consequências e não nas causas.
As cadeias estão vomitando gente. Então, a providência é construir mais presídios.
As crianças estão analfabetas. Cria-se mais escolas.
O povo tá com fome. Dá alguma esmola.
Gente, claro que isso é um absurdo. Mas aí, eu penso: será? É ineficaz para acabar com a miséria, é triste, é bizarro. Mas absurdo não. Essas medidas são condizentes com o sistema (a ideologia que regula a sociedade). Afinal, é preciso a criminalização da pobreza, a desigualdade, o terrorismo midiático, a falsa democracia, a comercialização da liberdade... É necessário manter o caos para a máquina funcionar. Porque todo mundo tá cansado de saber quais são as causas e que são elas que devem ser combatidas. Mas o problema é o interesse.
Em meio há tanto progresso científico, tantas discussões sociológicas e tantas experiências políticas anteriores, ninguém pode mais acreditar que faltam recursos ou conhecimento.
Quem está no controle, quem tem o poder da mídia, do governo e das instituições, não tem interesse na mudança do status.
Acredito muito na organização das pessoas, nas grupos independentes, nas mudanças de comportamento diárias, no comprometimento das pessoas pra transformações locais.
Os que podem se organizar (quando não acreditam em 'sou só um') têm que estar dispostos a bater várias vezes na mesma tecla, e se comprometerem com algo que vai além de sua própria geração.

domingo, 10 de maio de 2009

Ama todas as almas até que a tua própria seja roubada.

Foi essa frase que vi hoje no meu sonho. Ela tava escrita no ar, pairando, num fundo preto. E eu perguntava ao vácuo se era a morte ou alguém que roubaria minha alma. Fiquei pensando...
Uma frase sobre amar as pessoas num sentido mais amplo, até que um dia a morte me leva.
Ou é uma mensagem pra mim avisando que minha 'poligamia' vai acabar quando alguém aparecer e roubar a cena na minha vida, arrebatar meu coração (brega!).

Jota Erre explica. Portas da percepção, Deus, libertinagem, heresia, 'maria'.
Quem souber, morre. Procurei no google, e ela não pré-existe ao sonho.
É, foi só um sonho louco, mas faz sentido.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Deixando...

''1.Importante é a luz, mesmo quando consome;
2.A cinza é mais digna que a matéria intacta;
3.A salvação pertence apenas àqueles que aceitarem a loucura escorrendo em suas veias.''

1. Esses dias aqui são de reflexão, é certo!É na verdade uma luz já procurada há um tempo, um auto esclarecimento sobre esse acúmulo de sentimentos idos e vindos, emitidos e recebidos, e sobre o que fiz com tudo isso. Agora essa luz parece estar a um triz de ser totalmente acesa- se é que se pode semi-acender- depois de tanto consumir meus nervos. Porque preciso tanto dessas respostas? Nem eu sei ao certo porque tenho feito tanta questão disso, nunca foi uma coisa muito necessária. Essas dúvidas não atrapalham meu bem estar, nem meu bom humor, nada disso. Mas sempre estão vindo à tona, me exigindo enfim um veredito. Sei que não vou encontrar respostas exatas, enquadradras, essa não é a pretensão. O importante é que eu me ache na bagunça, não que eu arrume a bagunça. Não por agora, talvez 'nunca'.
2. Ah, sim...a cinza. Então, é melhor brincar com fogo e se queimar do que se manter inerte diante da vida. É como se eu enxergasse as emoções, os sentimentos do mundo flutuando no ar, e cabe a é a mim capturá-los, senti-los. Eu fiz, faço o tempo todo, por isso a bagunça. Normal né? E assim, tudo o que sinto pelos outros é uma tradução do fluxo de ar que pairava entre eu e a pessoa. As coisas que sinto agora é tudo que fiz com o que eles(bem específico esses eles, vale ressaltar) me ofereceram, tudo que captei no momento em que estive junto. Cabe a mim saber agora que diabos eu fiz, que coisas são essas. mas não estou me sentindo mal, pelo contrário, estou tipo ótima mesmo. Acho que minha vida tem sido uma sucessão de coisas tão boas, que tenho até medo de quando a motanha-russa tiver embaixo. 'Tudo vai passar'! Não há arrependimento, nem mágoa, não há choro, nem dramatização. Eu quis e prefiro toda essa imensidão, mesmo que consuma até virar cinza, do que estar seguro num ar rarefeito de sentimentos.
3. Nada de religioso nem bíblico nessa salvação. Roubei essa frase e a tornei totalmente subjetiva. Ou seja, cada um sabe do seu. A minha é essa: loucura pulsando. Nesse momento essa loucura não tem nada a ver com psicodelia, sexdrugs&rocknroll e muito menos com esquizofrenia. É estilo ''abrace sua loucura, antes que seja tarde demais'' . Sabe, abraçar aquilo que mais me transforma, me transporta, mas que sempre rola o medo de encarar. Se jogar...É fazer com que as coisas aconteçam do lado de fora, e depois deixar que elas aconteçam do lado de dentro, em mim. Sempre tem algo, ou alguém, ou alguéns, que é o nosso desequilíbrio, ou seja, nossa loucura. E aí, acho que tô salva no meu conceito.

Pensando bem agora, poderia inverter a ordem dos três conselhos por ordem de acontecimento. Aceitei a loucura, preferi a cinza, e agora estou encontrando a luz.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

desce mais uma, garçom.

Existe sim, a tentativa de ser o mais sincera e espontânea que posso. Costumo falar coisas que ás vezes todo mundo pensou, mas ninguém quis dizer. Falo muito, explico, conto, compartilho, solto piadas, ironias, diretas...Mas ainda assim, é impossível dizer tudo que se pensa, por vários motivos.
Imagina se eu decidir que durante o dia vou falar exatamente tudo que vêm à mente? Primeiro, nem tem necessidade, há pensamentos que só nos pertecem exclusivamente, essa é a graça de ninguém poder penetrar na mente do outro. Segundo, seria um caos. Não que o caos seja símbolo de algo ruim, mas é uma profusão de coisas insanas, imagens, gritos, idéias que é melhor ficar tudo no meu mundo. Terceiro, duvido que as pessoas são preparadas pra acessos de verdade, sem pudor algum. Imagem só que muitas pessoas consideradas loucas são aquelas que fazem ou dizem coisas que não temos coragem de fazer, agredindo a rotina. Ou aquelas pessoas que não compreendidas na sua inteligência.
Pois...quando digo em falar tudo é deixar minha confusão fluir, inclui declarar sentimentos escondidos, amores platônicos, rancores, expor feridas, gritar, discutir com alguns, falar do que não gosto em alguém, xingar. Tudo bem catártico.
Normalmente, faço um pouco disso tudo em doses moderadas de lucidez, como recomendam os médicos. Mas nem gosto de normalidade nem confio muito em médico.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Pelo simples prazer de divagar...

Não concordo quando dizem que certas coisas não se discutem, que gosto não se discute.
O que venho aprendendo é que com certas pessoas não adianta discutir. O fato de duas ou mais pessoas discutirem qualquer coisa não significa imposições de verdades, e sim uma troca de informações, várias visões sobre uma mesma coisa sendo compartilhada. Claro que há defesa de suas posições e enfim. Percebo que discussões sem pudores nem recalques só podem acontecer entre pessoas aptas a ouvir, compreender o outro, e ao menos, mostrar alguma possibilidade de moldar sua opinião, ou seja, mostrar-se flexível. Em alguns momentos, tenho posições radicais ou não tão flexíveis, mas ainda assim consigo ouvir o que vem do lado oposto.
Já com algumas pessoas, e quanto menor a intimidade que tenho com elas, evito trocar opiniões e reflexões sobre qualquer assunto. Quando acontece algum comentário extremamente preconceituoso, ainda me esquenta o sangue e quero saber 'qual é de merma'.
Mas, de um modo geral, tenho evitado alguns confrontos, algumas discussões inúteis, me calo e fico só observando...Simplesmente, tem tanto macaco véio cabeçudo que já começa afirmando que aquilo é aquilo e pronto, não vai mudar de opinião NUNCA! Aí, man, é melhor deixar pra lá, e procurar gastar seu tempo com outra pessoa.
Sou seletiva com as pessoas que me relaciono intimamente, abro mão dessas de mente cimentadas, e quando a convivência é ' inevitável' procuro ser o mais explícita possível sobre o que venho sendo, procuro não me intimidar, nem me esconder, ou negar as coisas que acredito e defendo quando preciso.
E assim, 'vou mostrando como sou e vou sendo como posso'...

quarta-feira, 4 de março de 2009

O quê.

Quero uma sábia conquista
Modesta e sabiamente tácita
Que chegue leve, breve, louca
Que me leve louca, vida breve.

Quero o inevitável desejo
Sem modos, sem jeito, sem jogos.
E assim, sem vaidade
Se dar sem trocados.

Quero desalinho tranquilo
Todos os riscos, gozos, sentidos
Livre(mente) sendo, pois
Para enfim, um grande amor ser.

terça-feira, 3 de março de 2009

No regrets.

Não é bem assim: simplesmente dizer o que você sente e pensa às pessoas. Porque ficam dizendo que o melhor a se fazer é declarar seus sentimentos antes que seja tarde? Não é bem assim.
E meus sentimentos controversos?E meus sentimentos confusos? E a falta de nome que ás vezes eles têm? O que faço com isso? Simplesmente vomitar palavras sem sentido, ou chamar tudo de amor ou ódio, não é legal pra mim! Além do mais, tudo que se fala é captado de variadas formas. Sabe-se lá qual impacto que fará soltar palavras, que podem vir a serem vãs.
Claro, se há o amor, tudo bem, expresse o amor. Se há a mágoa, vai lá, desabafe.
Mas quando refleti sobre várias coisas que não disse, me peguei meio 'arrependida' de não ter feito. Porém, pensando agora, vejo que não disse porque nem sempre elas tinham palavras representativas, não eram pra serem ditas. Se soubessem como em segundos vêm a mente uma profusão de sentimentos, idéias, frases, nonsenses...se soubessem, pediriam arrego, pediriam que eu só deixasse isso pra lá e continuasse sem explicação.
É, nem sempre a questão é falar e pronto. Tem que saber o que dizer, ter o que dizer, tem que fazer sentido pra quem ouve. Do contrário, melhor calar e simplesmente deixar as coisas acontecerem, fazer as coisas se movimentarem sem ter que ficar todo tempo nomeando incertezas.
Passado o tempo, vejo que hoje me parecem óbvio alguns sentimentos que noutro momento não eram tão claros, ou se quer, faziam sentido. Então esse papo de ser tarde demais pode virar lenda. Não pode pular etapas, as coisas acontecem. O 'tarde' pode vir a ser simplesmente a hora da descoberta. Não viajamos pro futuro, nem podemos voltar ao passado.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Escolhendo meus sapatos.

Não precisa entender. Me entender, entender ninguém. Basta aceitar. Respeito é a palavra de ordem. Se eu não sou um protótipo pré-existente, se não sou um ser estático, todo esforço pra entender é vão. A compreensão de que somos todos dinamicamente diferentes é por si só um entendimento do que é a natureza humana, e basta! Daí, que deve vir o respeito, que é a tolerância com as diferentes realidades que coexistem por aqui, por aí, mesmo que não consigamos captar todas elas, basta saber que elas existem e que não nos cabe ficar apotando se é certo ou errado, bonito ou feio.
Caminhar sobre os passos que outros deram pode não levar a lugar algum. Você segue, segue, e chega um momento que essas pegadas não fazem sentido. E sozinho, você não sabe voltar, nem seguir em frente, se ninguém apontar a direção. Pra alguns, essa pode ser uma solução mais segura. Mas, esse tipo de segurança não me atrai. O medo de fazer suas próprias escolhas impede que a vida aconteça, de fato.
Quando as consequências que sofremos é resultado de experiências que escolhemos é um tanto mais tranquilo enfrentá-las, são mais reveladoras e enfim, é tudo sua própria história, sua bagagem.
O 'sistema' (a ideologia da sociedade, as formas de poder, os controles sociais...) já é bastante autoritário e carcerário. Achamos [ou fingimos?!] muitas vezes que estamos fazendo escolhas, quando na verdade são as poucas opções que já foram antes escolhidas para nós. Dizem que somos livres, mas uma liberdade vigiada e controlada por dnheiro e instituições. O tempo todo somos bombardeados de notícias, produtos, regras, verdades absolutas, vivendo sob atos-reflexos, sem reflexão alguma, sem questionamentos, permitindo que muita coisa aconteça sem que possamos interferir ou se quer pensar a respeito, desacreditados, desconfiados e sem esperança de que é possível transformar qualquer coisa. Se já temos um modelo predatório, que parece intangível, imutável e inumano, porque diabos acabar com o resto de liberdade que nos sobra?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Bad jokes, nevermind!

Esse avanço feminino na descoberta do mundo, descoberta de 'seus próprios referencias', parece causar uma certa covardia em certos homens. Sempre existe aqueles que nutrem a esperança de manter eternamente essa antiga relação de domínio do masculino sobre o feminino. Isso me cheira a insegurança, boys. Tipo, precisam mesmo disso, porque sozinhos não conseguem se autoafirmar, mesmo que isso não seja necessário, sempre foi o ensinado. E aí, acontece que eles inventam piadinhas internas, vocabulário machista típico, contam experiências bizarras, tudo isso na nossa presença pra intimidar as mulheres ao redor. E conversar, argumentar, trocar idéia, abrir a cabeça...nada! Mas é óbvio, acham que fazer isso pode ser um risco a sua virilidade.
Mas sabe, quando passo por essas convivências incômodas, eu costumo ficar um tanto amarga no momento, e não dou indiretas como eles. Respondo, falo, tagarelo, digo tudo que vem a cabeça, e perco meu humor. Todos sabem da minha postura! Aí sempre há quem fale que é brincadeirinha, dizem que levo muito a sério, bla bla bla...A questão é que, de boa, me desgasto muito também. E simplesmente, corto relações. O mais sensato a se fazer.
Só que também vejo umas minas que não percebem que são ridicularizadas o tempo todo...ou não se incomodam porque ficam tentando ser aceita e coisa e tal. E sinto muito por elas...Dá vontade de gritar: eeeeeeei, tem caras legais por aí, você não precisa disso.Pra quê se esforçar tanto? Por que se calar, engolir piadas de mau gosto, e fingir que tudo é legal?
Mas muitas vezes, me calo pra elas...Não falo nada, porque vão dizer que isso é coisa de mulher mal comida, feminista azeda, e esses velhos jargões dos que tentam menosprezar. O que é totalmente o contrário, isso é mais coisa de mulher resolvida, que acredita que feminismo não é outro tipo de sexismo, e que só foram mal comidas quando por homens tão toscos (no sentido denotativo da palavra), mas que já encontraram caras legais e foram bem tratadas demais pra regredir.
Ah, e eu amo os homens sim, mas só os que sabem como amar as mulheres.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Pairando entre o medo e o amor.

'Era dentro disso que precisava mover-se: sob o risco de.'

Pra viver, viver de fato, corre-se riscos o tempo todo.
Eu quero pra mim isso tudo, mover minha vida sob essa expectativa de estar sempre pondo algo em risco. Em risco: isso está estigmatizado e negativizado em seu sentido. Para mim, isso tanto tem de mistério quando de positivo... Os passos que vou dá, as palavras proferidas, as reflexões, as buscas, os novos lugares que frequentar, as novas pessoas das quais me aproximar, tudo isso deve me transformar de alguma forma, e isso é arriscar. Arriscar todo seu conhecimento anterior para poder expandi-lo. É como ler um livro e delirar sobre ele um tempo, até que você lê outro, e mais outro e assim vai...
Mas, há decisões mais pesadas, riscos mais graves, talvez. Eis que surge uma dúvida: quando acontece alguma coisa que precisamos dá um passo cego, e de repente arriscar algo que até o momento é muito valioso...será que o perigo de perder esse algo valioso já não põe em dúvida quão valioso isso é? será que chegamos a uma situação limite quando estamos arriscando algo tão precioso assim?
Não sei até que ponto é certo que o que é realmente nosso nada nem ninguém nos tira.
O medo muitas vezes nos tira a vida. Sob ele sobrevive-se, mas não se vive.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Protege mòi.

É o desejo de ser que faz a gente se tornar o que a gente quer? O desejo é parte do ser, mas não do será? Ou tudo junto?

Eu não sei o que quero, exatamente. Mas sei que estou no meu caminho, como diria o poeta, mesmo não sabendo quais são os passos que tenho que dá, nem as esquinas que tenho que virar.
Acordo, certos dias, com medo de negligenciar coisas que sempre me foram e ainda são importantes. Tenho receio de acordar e não sentir essas coisas palpitando em mim. Se acontecesse, será que o desejo que tenho de mantê-las venceria o tempo que causa mudanças?
Acho que sim...Mas ao mesmo tempo, se desejo tanto mantê-las porque as acho importante, então é porque elas ainda estão fortes aqui dentro, não tem como simplesmente pôr de lado.
Outros dias, não sei direito o que quero, o que vou fazer dali pra frente, o que sou...
Mas, como diria o outro poeta, se o que eu sou é também o que eu escolhi ser, aceito a condição e dispenso a previsão.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

e assim, a vida...

O tempo vai passando...e algumas coisas e pessoas são superadas. Outras não. Não tão cedo, talvez nem tarde, quem sabe...
Não sei exatamente quando acontece, nem como...mas de repente, se descobre que aquela história já não dói mais quando lembrada, já não incomoda, e ás vezes dá até pra rir. Ou o contrário, que é um pouco mais desestruturante, quando se julga imune ao passado...e caímos do cavalo.
Quantas vezes já me surpreendi com as descobertas de meus próprios sentimentos, perdi as contas. Quantas vezes reagi de forma inesperada diante de situações que antes ensaiei 'todas' as possibilidades.
Eu tenho 'feridas que com o tempo fingiram parar de doer'. Acho que sou eu que faço-a travestida de cicatriz pra poder me convencer de que certos sentimentos devem acabar mais cedo do que mais tarde. Não sei pra quê esse esforço em vão...
Eu também tenho histórias que enterrei sem perceber. Conscientemente, poderia afirmar que estavam insuperáveis...e eis que tenho estalos, e descubro que nem é mais aquilo que desejo pra mim...acho que aí que começa a superação. Isso não é só pra amores mal resolvidos.
Enfim...tem momentos que uma coisa parece gigante, e em outro, uma pedrinha que você chuta pro outro lado da rua...
'E se tudo fosse, de qualquer modo, absolutamente coisa nenhuma?'

E aí?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

I can't get no...



Estar insatisfeito. De fato, isso é o que nos liberta e ao mesmo tempo aprisiona.
A insatisfação é o que faz a gente se levantar, sublevar, buscar mudança. Mudar de casa, de cidade, de país, de pessoas, de ciclos, de si mesmo... Essa procura por transformar a realidade em outra causaria, supostamente, o encontro com outras realidades, outros mundos e aos poucos a alma se expande, se liberta de muitas amarras,' portas da percepção' se abrem. Dependendo do que e como se busca, maior se torna a liberdade (mentalmente falando) que se conquista. Disposição é tudo. Para enxergar as coisas não basta ter olhos, tem que querer enxergar. E para abrir portas e expandir a visão individual de mundo, tem que querer enxergar que existem sim outros mundos.
Porém (sempre a adversativa!), o ser humano é insatisfeito, e nos casos mais graves, grandes frustrados! Satisfação plena é ludismo, é utopia, comodismo talvez? Ou seja, somos prisioneiros do que nos liberta. Conseguimos algo aqui, mas falta um tanto de outra coisa. E em determinadas situações sentimos uma sensação boa, de estarmos satisfeitos. E de fato, muitas vezes me sinto, mas tudo se resume àquela situação, àqueles sentimentos, ao lugar, às pessoas...Não caberia a tudo.
E particularmente, quanto mais a cabeça se abre pra novas idéias, mais difícil fica se estabilizar. Como posso encarar tanta coisa que me parece errada dessa realidade sem entrar em conflito? Sem querer reclamar, desobedecer, transformar?
Afinal, quando se aprende muita coisa, parece que muito mais coisa é cobrado como retorno.

Por isso tudo, e apesar disso tudo, eu, ainda que insatisfeita, consigo sentir gostos de alegria intensa, arrisco até felicidade.